Torção Gástrica
A torção gástrica afeta de maneira particular os cães de raças de grande porte e que possuem 'peito profundo'. Cães de pequeno porte também podem sofrer torções gástricas, apesar de ser extremamente raro. A causa primária é desconhecida, mas inúmeros estudos estão sendo realizados com o objetivo de definir sua genealogia.
Em determinadas circunstâncias o estômago dos cães dilata-se (ingestão de refeições muito abundantes ou rica em alimentos fermentáveis e esvaziamento insuficiente do estômago pelo piloro) e com um movimento brusco torce-se segundo seu eixo longitudinal. O piloro passa por baixo do estômago e fica numa posição por cida do cárdia, do lado esquerdo do cão No eixo torcido ficam alguns vasos sanguíneos importantes que interrompem o bombeamento do sangue para uma parte considerável do abdômen. Na realidade, o animal entra em estado de choque na medida que o conteúdo estomacal não sai nem por cima (vômito) nem por baixo (fezes).
Existem duas situações que agravam o estado do cão: o acúmulo de gases, proveniente da fermentação o conteúdo estomacal e a obstrução dos 2 orifícios do estômago: cárdia e piloro, que em situações normais promovem o alívio através do vômito ou passagem para o intestino.
O estômago dilatado, comprime a caixa toráxica originando dificuldades respiratórias e má oxigenação do sangue.
Essa dilatação/torção, envolve alterações anatômicas importantes e choque hipovolêmico pela súbita oclusão de vasos sangüíneos. Há ainda o deslocamento do baço, o que comprime a veia cava caudal fazendo baixar a pressão arterial e causando complicações na circulação das artérias que irrigam o coração, provocando arritmia.
Veja abaixo alguns dados do estudo realizado pela Universidade Perdue de Medicina Veterinária sobre a doença:
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Tamanho: quanto maior o cão, maior o risco.
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Conformação do tórax: cães com tórax profundo e estreito são mais suscetíveis.
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Idade: animais mais velhos correm maior risco, especialmente após os 7 anos.
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Base genética: se existem parentes do cão que já sofreram de torção gástrica o risco aumenta sensivelmente.
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Personalidade: segundo o estudo, cães mais tímidos e medrosos correm mais risco que aqueles mais amigáveis ou curiosos.
Nem todos os animais desenvolvem todos os
sintomas, mas é importante que o dono esteja atento ao seu aparecimento:
Inquietação
Mal-estar
O cão baba
Tentativas infrutíferas de vomitar
Palidez das mucosas
Dificuldades respiratórias
Perda de consciência
Tratamento
O tratamento deve ser extremamente rápido, portanto, tenha sempre à mão os telefones de seu veterinário para casos de emergência. O proprietário NÃO DEVE tentar ajudar sozinho seu cão.
A prioridade no 'primeiro-socorro' deve ser tratar o estado de choque e a arritimia cardíaca. Para tal, deve-se procurar descomprimir o estômago e iniciar o tratamento com soro e com a introdução de uma sonda pela boca até o estômago.
Prevenção
A principal medida preventiva diz respeito às quantidades de alimento que o cão ingere a cada refeição. Assim, recomenda-se dividir a quantidade total das refeições em 2/3 vezes ao dia, evitando sobrecarga do aparelho digestivo e evitando especialmente concentrar a alimentação no período noturno.
Deve-se evitar que os cães comam muito rápido, uma vez que desta maneira, eles acabam enchendo o estômago de ar. Outra dica, especialmente para os que possuem cães de grande porte é evitar colocar os pratos de comida no chão. Deve-se preferir colocá-los em suportes de modo que o cão não tenha que abaixar-se muito para comer ( Porem segundo os estudos mais recentes, observou-se que em nada interfere a altura que eles comem).
Uma vez que há determinação genética quanto à sensibilidade à torção gástrica, deve-se evitar acasalar cães que apresentem este problema.
As 10 raças mais suscetíveis à Torção Gástrica Segundo estudo desenvolvido pela Purina "Estudos Epidemiológicos de Torção do estômago em Cães". |
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1. Dogue Alemão 2. São Bernardo 3. Weimaraner 4. Setter Irlandês 5. Gordon Setter 6. Poodle Standard7. Basset Hound 8. Dobermann 9. Old English Sheepdog 10. Braco Alemão de Pelo Curto |
Fonte: Revista Cães e Companhia - Lisboa - Editorial UVR